Alguém tem que pagar por Oscar...

Venho acompanhando faz algum tempo o caso Oscar-Internacional-São Paulo e estava aguardando um desfecho para me pronunciar aqui no blog. Mas como este caso parece estar ainda muito longe de uma resolução, e como alguns debates de bar andam rendendo sobre o assunto, resolvi escrever e dar a minha visão sobre o caso.

De início deixo claro a minha posição que é totalmente de acordo com a postura do São Paulo. O clube que investe milhões no CT para a base, dá toda uma estrutura para os garotos desenvolverem seu jogo, dá oportunidade para os garotos serem vistos para as seleções de bases e alguns são aproveitados na equipe principal (seria o caso de Oscar, inclusive). Sendo assim, o clube obviamente tem todo direito de exigir que o atleta cumpra o seu contrato assinado corretamente e legalmente (Oscar não provou na justiça que o contrato era de "gaveta").

O Internacional pra mim entrou de gaiato na história. Viu um jovem jogador, promissor e dando sopa sem contrato, e tratou de reforçar o elenco. Apostou no talento do garoto e teve resultado, pois Oscar jogou muito bem. Só que apostou também que venderia o jogador rapidamente antes da ação ser totalmente julgada, fazendo com que ficasse mais difícil para o time paulista reavesse os direitos sobre o atleta. Talvez a disputa judicial e esta indefinição quanto ao futuro de Oscar tenham sido determinantes para que nenhum clube europeu investisse no jogador.

Quanto a Oscar, ele caiu no conto dos empresários gananciosos. Pra mim, foi muito mal assessorado pela sua equipe, que aproveitou um momento de birra do garoto por não estar sendo muito aproveitado na época, forçou uma saída do clube para que o jogador pudesse ter chances de jogar numa vitrine para ser vendido e gerar lucro, que é o único objetivo da grande maioria dos empresários de futebol da atualidade.

Esse caso é mais um gerado pelas brechas criadas pela lei Pelé (que foi muito importante para os atletas no brasil, mas também prejudicou os clubes em vários pontos) que fazem com que os Empresários tomem conta do futebol atual. Que os jogadores entendam que os contratos são para serem cumpridos não só pelos clubes, mas também pelos atletas. Porque jogador adora reclamar que não se adaptou, que não gosta do ambiente, e quer ir embora do clube sem pagar nada. Mas se o clube quiser dispensá-lo por motivos parecidos, com certeza irá cobrar a sua multa contratual estabelecida.

Que parem com essa palhaçada e pensem mais na bola. E principalmente tenham muito cuidado na hora de entregar as suas carreiras nas mãos de empresários, pois nem todos tem o compromisso com os atletas mas sim com seus próprios lucros. Por essas coisas também é que os jogadores brasileiros são tão mal vistos lá fora...

Osacar na época que ainda estava atuando pelo São Paulo. Fonte: Uol.com.br