sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Galo forte, copeiro, vingador e peleador!

O Atlético Mineiro foi gigante na Copa do Brasil. Fez jus ao seu hino e foi forte e vingador durante toda a campanha no torneio de mata-mata que mais inclui clubes no Brasil, e venceu seu rival Cruzeiro numa final que já entrou para a história do futebol mineiro e porque não, do futebol brasileiro. O gol de Tardelli (que por incrível que pareça foi o primeiro no torneio) coroou a campanha épica do Galo, que jogou os dois jogos como se fosse a última final disputada pelos jogadores, enquanto o Cruzeiro encarou o jogo de uma forma mais devagar (principalmente no primeiro jogo no Horto, que encaminhou muito o título).

O time treinado por Levir Culpi teve a ombridade de não se acovardar no segundo jogo, e foi pra cima do Cruzeiro no Mineirão de azul (e cinza, já que os ingressos estavam um assalto e muitos assentos ficaram vagos). Desde o início o Atlético se impôs, mostrou que estava melhor preparado para encarar a partida, e se aproveitou do claro abalo psicológico dos cruzeirenses, que mostraram um descontrole típico de quem estava se sentido pressionado a reverter um resultado contra um adversário que o conhece como poucos.

Méritos do treinador Levir Culpi, que reformulou a equipe em meio ao brasileiro e fez com que um time recheado de garotos chegassem a este título merecido. Agora é manter a base e partir para a Libertadores do ano que vem, onde essa equipe com um ou outro reforço pode almejar grandes objetivos na competição continental. Quanto ao Cruzeiro: belo futebol, mas falta mais sangue no olho. Com o time jogando dessa forma, a Libertadores dificilmente será conquistada no ano que vem.

Que me desculpem os Cruzeirenses, mas 2014 vai ser mais lembrado pela derrota pro arquirrival na final da Copa do Brasil do que pelo título brasileiro...


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Rápida e eficiente, seleção nos faz acreditar em um 2015 melhor

Não vai ser um ano fácil de se recordar pra história da seleção brasileira. Uma Copa do Mundo em casa, com todo apoio da torcida, um bom elenco que tinha possibilidades de conquista do hexacampeonato terminou de forma trágica com uma goleada histórica sofrida na semifinal contra a Alemanha. Aquele 7x1 jamais será apagado da história dos mundiais, muito menos da história do futebol brasileiro. Sendo assim, o que viria após uma derrota tão acachapante?

Veio Dunga. E com ele, o descrédito, já que o treinador havia fracassado em 2010 na África do Sul. Torcedores e comentaristas não acreditaram muito no que Dunga poderia fazer para reconstruir um trabalho que foi arrasado pelo verdadeiro bombardeio alemão (com uma ajuda da artilharia holandesa). E Dunga iniciou seu trabalho com desconfiança (já deve estar acostumado com isso durante toda sua carreira como jogador e treinador), duas vitórias magras diante de colombianos e equatorianos. Veio a sequência do trabalho, com vitórias sobre a Argentina (freguesa nos últimos anos) e Japão. O time conquistou uma certa confiança. 

Na última semana, a seleção se reuniu para dois amistosos. O primeiro foi um show de bola contra uma Turquia que parecia não entender o que estava acontecendo, porque Neymar e Willian pareciam prever onde a bola ia e a controlavam de forma magistral. O 4x0 foi o suficiente para a seleção brasileira ser aplaudida de pé pelos turcos que compareceram a partida. Já contra a Áustria, o jogo foi muito mais duro, e a seleção sofreu o primeiro gol depois de 524 minutos sem ter a meta vazada. Mas a bomba de Roberto Firmino (que já tinha sido citado por este blogueiro após o jogo diante do Japão) garantiu a sexta vitória em seis jogos para os brasileiros.

O saldo desse início de trabalho é bom, e o Brasil parece estar formando uma equipe jovem e competitiva para o próximo ciclo.Os dois últimos amistosos mostraram que jogadores como Firmino e Douglas Costa tem potencial para se firmarem na seleção. Mostraram também que o time está muito consciente em campo, com variações táticas, jogadas ensaiadas, muita movimentação e velocidade. Com isso, nada de centroavante paradão (Luiz Adriano, desculpa, mas não dá nem você nem ninguém do seu estilo) nem de laterais extremamente ofensivo (Dani Alves e Marcelo tem grandes chances de não voltarem a seleção).

O ano de 2015 promete com a Copa América e o início das eliminatórias para o Mundial 2018. E o Brasil parece estar se recuperando do grande golpe sofrido em 2014. Até onde esse time de Dunga pode chegar, não sei. Mas o futebol apresentado traz uma esperança de dias melhores para a seleção.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Final de campeonato tem mais ingredientes do que só o bom futebol...

Veja bem caros leitores, não estou aqui querendo desvalorizar o bom futebol, pelo contrário. Sempre que possível, eu procuro exaltar o jogo bem jogado com as equipes bem organizadas taticamente, com jogadores com bons recursos técnicos e que buscam sempre a meta adversária. Admiro uma equipe bem treinada, que sabe trocar passes em velocidade e que saibam jogar o jogo inteligentemente. Isso é fundamental no futebol atual, ainda que pouquíssimos escretes consigam fazê-lo.

Dito isso, em uma final de campeonato outros ingredientes entram em cena. Talvez por isso exista essa certa aura de emoção envolto aos torneios de mata-mata. Decisão é diferente, não é só um jogo de futebol. É psicológico. Confiança, medo, garra, vontade, disposição... A maneira que se encara uma final normalmente é diferente dos outros jogos. Geralmente vence aquele time que tem mais "sangue no olho", que entra em campo disputando a bola como um faminto encara um parto de comida.

E foi assim que o Atlético Mineiro entrou ontem no gramado do Independência para o clássico mais importante da história contra o seu arquirrival Cruzeiro. Os jogadores estavam com aquele espírito mágico de uma final, entraram ligados em todas as bolas, de olhos bem abertos em todo e qualquer vacilo adversário, disputando cada palmo do terreno de jogo como se defendessem a própria vida. O jogo não foi um primor técnico, apesar das duas equipes serem qualificadas para apresentarem um bom futebol. Tanto que os dois gols do Galo nasceram de arremessos laterais, que resultaram nos gols de Luan (impedido, mas um erro perdoável) e de Dátolo. Gols que deram uma vantagem  expressiva para a equipe comandada por Levir Culpi levar ao Mineirão no dia 26 de Novembro.

Já o Cruzeiro foi apático durante quase toda a partida. Exceto um ou outro lance esporádico, o time de azul ontem não foi nem sombra do líder do campeonato brasileiro que arrasa com seus adversários. Observando o jogo, os atletas cruzeirenses pareciam atônitos com aquele ambiente criado pela massa atleticana e que os jogadores alvinegros reproduziram dentro das quatro linhas. O Cruzeiro verdadeiramente não entrou para jogar a final, veio mole, e até certo ponto desleixado. Vai ter que empatar na disposição, na vontade, no "sangue no olho" com os atleticanos no jogo de volta, ou pode ver o título da copa do Brasil escapando para o rival em pleno Mineirão repleto de cruzeirenses.

Tudo em aberto ainda, apesar da ampla vantagem atleticana. O Cruzeiro vai precisar mais do que um bom time para reverter o quadro. Vai precisar de atitude. Atitude essa que não apareceu ontem no Independência.

Como eu conversei com amigos ontem depois do jogo: O Cruzeiro parecia uma equipe de jogadores que foram criados por vó em apartamento. Já os jogadores do Atlético lembravam mais aqueles varzeanos que apostaram um churrascão pro campeão do torneio do bairro. Quem já acompanhou torneio de várzea sabe da vontade que esses caras jogam...




quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Mudança às vezes é retrocesso.

Passado o período eleitoral, onde mudança e retrocesso foram duas palavras muito utilizadas pelos candidatos a presidente da República, me utilizo desses vocábulos para descrever a situação do meu clube de coração.

Ontem o Clube de Regatas Vasco da Gama retrocedeu. Resolveu escolher um passado sombrio e pernicioso para comandar o clube de São Januário para o próximo período. Eurico Miranda foi escolhido ontem como o novo (velho) presidente cruzmaltino, que tocará a Nau vascaína até 2017. Muito foi dito, discutido e prometido durante o processo eleitoral do clube, mas o que me impressionou mais foi a vitória com uma certa margem do candidato Eurico Miranda. Explico.

Nunca duvidei da força política de Eurico Miranda na política vascaína. Nos dois mandatos de Roberto Dinamite ele foi o articulador do grupo Casaca, que fez grande oposição ao grupo político da situação, e ficou claro que o objetivo de Eurico era a volta ao poder. Vários ataques foram proferidos, denuncias e até alguns criacionismos foram feitos para tentar desestabilizar a vida política do clube. E o objetivo foi alcançado.

Na verdade, o meu texto quer justamente atingir esse ponto: O principal culpado desse retrocesso do Vasco é do atual presidente. Roberto chegou em 2009 carregando a esperança de mudança, de uma nova política dentro do clube, com a liderança de um grande ídolo para conduzir o clube de volta aos períodos de glória. Entretanto, Dinamite se perdeu, foi se isolando politicamente, perdendo força na política interna e externa e culminou com o rebaixamento do ano passado e a campanha pífia do clube esse ano, que corre grande risco de não subir para a série A do ano que vem.

Situações desesperadas requerem (nesse caso, resultam) medidas desesperadas. Ao meu ver, isso explica muito da votação expressiva para a volta de Eurico. O clube se apequenou de uma maneira tão absurda de 2012 para cá, que os associados encontraram no velho Eurico a esperança que a política de se impor através da força, ao melhor estilo "pé na porta e soco na mesa" fará com que o Vasco volte aos tempos de glória.

Entretanto, fico com alguns questionamentos: Imagine que você é um profissional bem conceituado na sua profissão e que tem propostas de trabalho de diversas empresas grandes e tradicionais. Dentre essas propostas, está uma empresa muito tradicional que está tentando retornar ao topo do mercado. Seria um grande desafio, mas bastante promissor, correto? Imagine então que ao pesquisar a situação dessa empresa, você descobre que o presidente deste lugar deve 5 milhões a própria empresa, condenado pela justiça. Descobre também que este senhor sabidamente atrasa salários com uma grande frequência, e que a sua credibilidade no mercado está baixa, dificultando investimentos que a empresa necessita para crescer. Com tudo isso, você trabalharia nessa empresa? Acho que a maioria concorda que não. 

É assim que enxergo a situação de qualquer grande jogador que tenha proposta de Jogar no Vasco. Uma equipe com problemas, administrada por um presidente corrupto (a Justiça quem fala, não sou eu), que não tem credibilidade alguma para captar patrocínios para investir na equipe, terá condições de trazer algum nome de peso? 

O que eu quero dizer que o futebol brasileiro de hoje não é mais o de 10 anos atrás. Os clubes que não se modernizaram, que não evoluíram nas suas gestões, ficaram para trás. O mais incrível para mim é o clube voltar ao modelo de um passado onde os cartolas-torcedores dominavam o cenário político dos clubes e apostar que isso vai dar certo. Prevejo mais sofrimento para os vascaínos.

Espero que eu esteja equivocado.