quinta-feira, 13 de junho de 2013

Neymar pode (e deve) ser cobrado.

A seleção brasileira entra em campo no próximo sábado para estrear na copa das confederações realizada em solo brasileiro contra os japoneses. Com a estréia na competição da FIFA, a seleção espera embalar após a vitória de 3 x 0 sobre os franceses, que tirou o Brasil de um incômodo jejum de quase 4 anos sem vencer uma seleção campeã mundial. Mas o que realmente incomodou no último jogo foi o péssimo futebol apresentado pelo melhor jogador brasileiro da atualidade.

Neymar contra a França foi apático, lento e disperso. Não jogou absolutamente nada e pareceu esgotado fisicamente, culminando com uma substituição sob vaias na Arena Grêmio. O único lampejo de Neymar no jogo foi a escorada no cruzamento de Lucas, deixando a bola à feição para Hernanes marcar o segundo gol brasileiro. E não vem sendo diferente nos últimos jogos da seleção canarinha, já que o agora atacante do Barcelona tem sido alvo de duras críticas da torcida e imprensa brasileira pelo mal futebol apresentado na seleção.

Ainda assim, não se percebe nas declarações de Neymar uma preocupação sobre as performances fracas nessa temporada. Não que ele tenha que se desesperar, mas o tom de suas entrevistas atualmente é de quem acha que está jogando bem. Eu espero que ele só esteja jogando esse discurso pra mídia, e não perca a humildade e a vontade de aprender. Não é porque ele tem um talento absurdo que não tem mais o que evoluir.

O atleta tem de ter a consciência que pode render mais, e ter a inteligência suficiente de buscar outras formas de jogar bem e estar sempre em crescimento constante do seu rendimento. Isso será útil a ele e consequentemente ao Brasil. Cabe aos seus treinadores (no clube e na seleção) fazerem Neymar enxergar o óbvio: que faz tempo que ele vive de gols contra times pequenos do interior paulista e não está aparecendo em jogos grandes. Um atleta de ponta não pode nunca perder a fome de crescer e de se superar. E Neymar aparenta estar se colocando numa zona de conforto perigosa para a sua carreira.

Reclamar das críticas da imprensa não é, nem nunca será um bom caminho. A imprensa (em geral, lógico que existem exceções) fala o que acompanha dentro do campo. E cobra justamente porque Neymar já mostrou que pode ser letal e decisivo. Mas precisa voltar ao grande nível de atuações que um dia já teve.

Pode estar certo de que nesse dia, só haverão elogios para Neymar...

Neymar participa de coletiva da seleção brasileira hoje - Fonte: CBF.com

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Faltam bons treinadores no Brasil?

O título do post traz a questão: Será que o Brasil não está passando por uma  "seca" de treinadores? Ou a péssima fase do atual futebol brasileiro se deve principalmente a ausência de talentos? A 22ª posição no Ranking (ridículo, diga-se de passagem) da FIFA divulgado hoje me fez ter esse questionamento. Não exatamente pelo ranking, pois como já citei acho tosco, mas pela qualidade do futebol praticado no Brasil, vide as rodadas iniciais do campeonato brasileiro.

Após as demissões de Muricy Ramalho do Santos, Silas do Náutico, Jorginho do Flamengo e Guto Ferreira na Ponte Preta, ficamos com a sensação de retorno no tempo, onde a média de demissão no torneio era de um treinador por rodada e os dirigentes sempre tiravam suas responsabilidades jogando tudo nas costas dos treinadores e fazendo média com a massa. De certo modo, isso funcionava tanto com os torcedores quanto com a imprensa. Mas os tempos são outros e a visão do futebol também.

Fica claro que um planejamento por parte das diretorias dos clubes é fundamental para o sucesso de um clube. Saber quais as posições carentes no elenco, como conseguir recursos para gerir o clube e aumentar a torcida, etc. E dentre esses fatores necessário ao planejamento, é a escolha de um bom treinador que se adeque as pretensões da equipe e o objetivo do clube a curto, médio e longo prazo, bancando um verdadeiro projeto.

Entretanto, qual o técnico brasileiro que realmente faz um grande trabalho? Tirando Tite, os técnicos brasileiros estão em baixa, só não enxerga quem não quiser. Abel, o atual campeão brasileiro, faz um trabalho no mínimo questionável no Flu, pois com um elenco caro que possui ganhou um brasileiro tendo o goleiro como principal jogador, salvando a pele da equipe em incontáveis momentos. Muricy Ramalho, o tão badalado multicampeão, fez um trabalho horroroso no Santos. Alguns dirão que venceu a Libertadores, mas mesmo naquela vitória o time foi muito mais na base das individualidades da equipe que se acertou defensivamente e só. O Santos há dois anos não joga absolutamente nada, essa é a grande realidade.



Fico no exemplo desses dois pois são técnicos em mais evidência em clubes atualmente. Mas analisando o Campeonato nacional, excetuando o Atlético Mg e o Corinthians, qual outro time tem um padrão de jogo definido, um futebol minimamente atraente de se ver? Anda duro assistir futebol no Brasil e outros amantes do esporte como eu hão de concordar comigo. Esquemas defasados, cópias mal feitas de estratégias europeias e a imposição de esquemas em detrimento das características do elenco são alguns dos problemas  que enxergo no atual quadro de treinadores no Brasil. Além da falta de humildade de admitir que estamos em inferioridade e precisamos nos reciclar para voltarmos a dominar o cenário mundial do futebol, pois ao contrário do que alguns acham, jogadores bons ainda são produzidos no Brasil, com capacidade de levar a seleção a uma copa do mundo.

E vocês leitores? Temos bons técnicos em profusão?

Obs: Depois de um longo tempo de inatividade, volto a escrever. Agradeço aos amigos que sempre perguntaram pela volta desta "resenha". Por enquanto, não vou prometer periodicidade, mas pretendo atualizar sempre que possível.