quinta-feira, 14 de junho de 2012

A melhor equipe venceu os melhores jogadores.

A semi final brasileira da Libertadores foi retratada como um duelo entre o individual e o coletivo. Por mais de 20 dias durante o intervalo entre a ciência do confronto até o jogo de ontem, muito se falou sobre o bom time corintiano e sobre os craques santistas Neymar e Ganso que poderiam decidir o duelo a qualquer jogada. E após muito debate, muito disse me disse, o jogo finalmente foi disputado.

O que se viu ontem na Vila Belmiro foram dois universos, um corintiano e outro santista. O universo corintiano entrou em campo sabendo que aquele era o jogo do ano até o momento e que aquela partida poderia decidir o destino da temporada do clube. Sendo assim os corintianos entraram com uma entrega fantástica, aliada ao bom posicionamento e marcação incansável para cima da equipe da baixada santista.

Já o universo santista deve estar sitiado em outra dimensão, pois era assim que os jogadores pareciam estar jogando. O que deu para sentir principalmente no primeiro tempo foi um total descompromisso da equipe do Santos, uma falta de vontade na marcação e um tremendo marasmo no campo ofensivo, sem movimentação  e passes errados aos montes. 

Em um desses passes, o Corinthians recuperou a bola e Emerson Sheik marcou um golaço após passe de Paulinho. Para mim numa falha bisonha de posicionamento da defesa do Peixe, pois deixou um atacante como Emerson parar, pensar e escolher o canto sem nenhuma marcação. Mesmo após a desvantagem, o Santos continuou jogando como se estivesse numa outra competição, jogando (com todo respeito, mas é time pequeno) o Oeste de Itápolis pelo Paulistão. Dava a impressão que os jogadores achavam que fariam o gol a qualquer momento, não havia vibração entre os atletas santistas.

Neymar foi muito bem marcado de novo, e de novo não soube como sair desta marcação. E como das outras vezes que isso aconteceu, ficou irritadiço e quase sofreu uma expulsão tola, mas ainda acabou conseguindo expulsar Emerson que fica de fora da decisão no Pacaembu. O craque precisa entender que a marcação ainda vai endurecer mais pra cima dele, e parar de se enervar quando não atua bem. Elano foi outro que estava péssimo, tanto que foi substituído no intervalo por Borges, pois havia tentado de tudo e não feito absolutamente nada de produtivo.

Enquanto uma equipe jogou uma semi de libertadores, outra jogou um amistoso contra um time pequeno. O resultado é que corintianos hoje comemoram e santistas se preocupam com o que há por vir. 

Não que esteja nada decidido, mas reverter o placar será complicadíssimo jogando no ritmo de treino de ontem. E apesar de ser um crítico fervoroso do modo que o Corinthians pratica futebol (não vou entrar em detalhes mas acho o estilo irritante e cansativo) tenho que dar os parabéns a equipe de Tite que cumpre como poucas equipes o que o treinador requer em âmbito tático.

Se o Santos não melhorar o seu coletivo e o seu espírito, pode esquecer o tetra da competição continental. Já os corintianos começam a se aproximar do sonho de conquistar a América pela primeira vez na sua história centenária.


Émerson comemora gol contra o Santos. Fonte: Yahoo.

Um comentário:

  1. Não concordo que a melhor equipe tenha ganho dos melhores jogadores...

    De melhor, o Santos só tem Neymar e Ganso. O resto ou é pior ou do mesmo nível (pra mim, a maior parte do time santista é pior que a do Corinthians).

    ResponderExcluir