sábado, 28 de junho de 2014

Diário da Copa: Até o limite da honra.

Depois de um dia de abandono, a Copa voltou neste sábado com o início das oitavas de finais. Dois jogos decisivos, onde a derrota signifcaria um adeus ao sonho do mundial. E os jogos foram dignos de oitavas de finais de uma Copa do Mundo, com muita emoção, gols, lances polêmicos, suor e lágrimas. As quatro equipes deixaram tudo que tinham em campo.

Pedindo licença aos leitores, começo pelo segundo jogo do dia. Após 64 anos, o Uruguai voltava a jogar no Maracanã por uma Copa do Mundo. A celeste iria enfrentar os colombianos, uma das sensações do torneio, e que vinham credenciados pelos 100% de aproveitamento na fase de grupos. Já o Uruguai vinha de uma classificação heróica diante da Inglaterra, mas perdeu Luís Suarez que foi suspenso pela FIFA por 9 jogos, fora o banimento do futebol por 4 meses e multa de 250 mil dólares. O que se viu no jogo foi um Uruguai perdido, que parecia não saber reagir a perda de seu astro, e uma Colômbia senhora do jogo, trabalhando muito bem a bola e dominando totalmente o meio campo. Foi jogando esse belo futebol que a Colômbia marcou no primeiro tempo um golaço de fora da área com James Rodríguez. Foi com esse mesmo futebol que os colombianos ampliaram na segunda etapa, de novo com James Rodríguez. Os uruguaios ficaram longe de uma reação, e foram eliminados tentando criar na base da vontade. Agora os colombianos farão sua estréia entre as oito melhores seleções do mundo diante do anfitrião Brasil.

Brasil que conquistou sua vaga na bacia das almas hoje diante do maior e melhor Chile de todos os tempos. Alguns veículos de imprensa consideraram injusta a eliminação chilena, entretanto lances polêmicos como um pênalti supostamente cometido sob Hulk e um gol (ao meu ver mal anulado) do atacante do Zenit poderiam ter dado a tranquilidade necessária que faltou ao Brasil durante a partida. O Brasil começou a partida pressionando e se impondo, e parecia que seria uma tarde de festa. O gol de David Luiz parecia ser o início da caminhada para uma vitória tranquila. Mas os chilenos não abaixaram a cabeça e continuaram lutando, e num vacilo incrível de Marcelo, Hulk e toda defesa brasileira, Alexis Sanchez marcou e mostrou que o dia iria ser diferente. No segundo tempo, o Chile dominou a partida, alugou o meio de campo e controlou o ritmo do jogo. O Brasil só chegava esporadicamente com lançamentos longos, e errava muitos passes, sem conseguir trabalhar a bola. Veio a prorrogação e o Brasil melhorou um pouco, com Hulk sendo o melhor no setor ofensivo brasileiro, com duas chances. No final da prorrogação, Pinilla acertou a trave e quase despachou a seleção canarinho. Nos pênaltis, o Brasil foi salvo pelo goleiro Júlio César que pegou duas cobranças, calando a boca dos críticos. Mas o Brasil também perdeu dois pênaltis, e ficou nos pés de Neymar o gol da vitória. O zagueiro Jara chutou na trave o pênalti do alívio. Brasil nas quartas de finais. Redenção mais do que justa para Júlio César, que foi muito sacaneado antes da Copa por diversos veículos da imprensa brasileira.

Contra a Colômbia, a dificuldade aumenta. Os cafeteros estão jogando muito e tem no meio de campo a sua principal virtude, justamente onde o Brasil vem apresentando os maiores problemas. Felipão precisa consertar o setor, melhorando a compactação da equipe e posicionando melhor o setor, senão a tarde será longa na próxima sexta-feira no Castelão.

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